quarta-feira, 28 de abril de 2010


Storia di alcuni minuti 4
“Milestones”
Miles Davis, Milestones (1958)


No final da década de ’50 foram vários os músicos de jazz que começaram, na sua escrita, a preferir os modos às progressões de acordes. Nascia assim o jazz modal, tipologia na qual se inscreveriam obras lapidares como Moon beams (1962) e Time remembered (1963), de Bill Evans; Country preacher (1969), de Cannonball Adderley; Straight life (1966), de Freddie Hubbard; New York, NY (1959), de George Russell (o inventor do género, cuja influência se fez sentir em muitos dos músicos que, à altura, por ele eram dirigidos; editou, em 1953, a bíblia do género: The lydian cromatic concept of tonal organization); Empryean isles (1964) e Maiden voyage (1965), de Herbie Hancock; A love supreme (1964), de John Coltrane; The real McCoy (1967), de McCoy Tyner; e, finalmente, Milestones (1958) e Kind of blue (1959), de Miles Davis.
“Milestones”, o tema, inicialmente intitulado “Miles” de forma a não ser confundido com uma composição homónima assinada por John Lewis em 1947, embora não constituísse ainda, dentro da carreira de Miles, o apogeu do jazz modal, que arrisco a apontar para o tema “So what”, fazia já prever aquilo que daí um ano o trompetista iria desenvolver. E, claro, há um Coltrane a soltar-se.